André Komatsu
Em consistente toada, o artista plástico paulistano, que participará da 8.ª Bienal do Mercosul, vem se destacando com série de prêmios e mostras
26 de junho de 2011 | 00h00
Este tem sido um ano intenso para você, já que ganhou os prêmios Illy, na feira Arco, e o Marcantonio Vilaça e ainda está como finalista do Pipa. Sua carreira mudou muito com essas premiações?
Prêmio serve como um reconhecimento. Viver e trabalhar com arte no Brasil é muito difícil. Por outro lado, é ótimo porque dá pra pagar as contas com as premiações. Está me ajudando a alugar um ateliê grande, a ter tempo para desenvolver um trabalho. Ao mesmo tempo, o prêmio surge como uma folga para a ação do artista no mercado. Comecei a vender mais, acho, a partir de 2009. Mesmo quando você não pensa na venda, de certa forma rola uma ganância. E o prêmio serve como uma bolha para isso. Pelo prêmio Marcantonio, ainda, vou ter meu trabalho acompanhado pelo (curador) Paulo Herkenhoff, um peixão.
Você se inscreve em programas de residências artísticas e bolsas no exterior?
Tempo atrás, me inscrevia, mas hoje em dia têm surgido tantos convites que não tenho conseguido. Ficar só dez dias num lugar, para mim, já está bom. As viagens que estou fazendo já me satisfazem.
Então qual serão as exposições programadas para este ano?
Participo, em julho, de mostra no MAM-SP. Em setembro, de coletiva no Drawing Center (Londres) e, em outubro, vou fazer uma grande instalação no Matadero Madrid. Depois, no fim de outubro, participo, em Florença, de exposição com artistas que fazem parte do Bric. E acho que em novembro vou para Fortaleza fazer um projeto para a Trienal de Porto Rico, que será no ano que vem.
Quanta coisa boa! E você também participa da 8ª Bienal do Mercosul, que vai ser inaugurada em setembro em Porto Alegre. O que está preparando?
Vou mostrar uma trilogia. Pensei a proposta da Bienal, a temática da “Geopoética”, e resolvi fazer projetos meio inéditos. Serão duas instalações e um objeto meio estranho. Uma delas é um mastro de bandeira, que vai ter um barbante com um sapato velho pendurado. O outro é um muro branco com uma das colunas levantada por um macaco hidráulico. E o terceiro, uma mesinha com rodinhas que terá quatro ventiladores, cada um virado para um lado. A ideia é que esse território, essa ilha, se movimente, se torne livre.