André Komatsu
2012 FutureGreat, selecionado por Ishmael Randall Weeks
Por Ishmael Randall Weeks
André Komatsu, Desvio de Poder 1, 2011. Foto: André Komatsu. Cortesia do artista
A primeira vez que conheci o André Komatsu, foi em sua cidade natal, São Paulo, enquanto instalava sua exposição Quando Ramos São Subtraídos na Galeria Vermelho em 2007. Nessa exposição, ele misturou elementos de detritos arquitetônicos urbanos – fragmentos de paredes frágeis com desenhos meticulosos e palavras esculpidas – com pequenos modelos e intervenções diretas nas paredes da galeria. Em um caso, a Komatsu cortou com uma serra circular diretamente o drywall da entrada da galeria até o meio do espaço. Parecia que a serra estava morta e deixada ali, como se a repentina explosão de inspiração destrutiva da Komatsu tivesse desaparecido ou parado.
Eu me vi instantaneamente entusiasmado e imerso em sua poética do pós-parto; ele tem uma intimidade metódica misturada com uma energia espontânea e muitas vezes sombria. Ele transforma os detritos arquitetônicos em um material primordial para contemplar os elementos destrutivos que são introduzidos pelas convenções da desigualdade social.
Trabalhos mais recentes, como AK-47 (2008) e Sem Titulo (Tumor) (2010), seguem uma lógica semelhante, mas parecem mais concisos. Eles lidam diretamente com divisões e erosões físicas e sociais e demonstram a necessidade de ocupar o contexto urbano dentro da galeria, desarticulando-o para criar novos significados e incidências na percepção do espaço social. É nesse deslocamento entre energia criativa e entropia que reside a verdadeira beleza do trabalho da Komatsu.